domingo, 16 de dezembro de 2012

II SEMINÁRIO BAIANO PIBID/IAT





UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
PIBID – UFBA

O II Seminário Baiano PIBID ocorreu nos dias 12 e 13 de novembro de 2012, no Instituto Anísio Teixeira (IAT). Durante esses dois dias, graduandos, professores supervisores e coordenadores do PIBID de várias Universidades se reuniram com o intuito de discutir a atual situação da educação das escolas públicas de ensino básico.

Os temas principais abordados foram Escola básica como espaço de formação docente, Atuação dos supervisores na iniciação à docência, Contribuições do PIBID para os currículos de licenciaturas e Práticas formativas, discorridas por meio de bancas compostas por professores-doutores e representantes do Governo do Estado em rodas de conversa. Logo depois houve espaço para apresentação de trabalhos de estudantes veteranos do programa, com depoimentos de suas experiências como iniciantes na docência.

As rodas de conversa e mesas contaram com a participação de professores e estudantes de diversas Universidades do estado da Bahia, entre elas: a Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, a Universidade Estadual do Sudoeste Baiano – UESB, a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, a Universidade Federal da Bahia – UFBA, o Instituto Federal da Bahia – IFBA, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – IF Baiano, a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB entre outras. A abrangência da participação corrobora a grandeza e a importância de um programa institucional voltado para as práticas de iniciação à docência, que são falhas na grade curricular dos graduandos de licenciatura das diversas faculdades do estado.

A primeira roda de conversa contou com a participação e a excelente fala do professor-doutor Elizeu Clementino de Souza, que viria a ser confirmada nas rodas de conversa e apresentação que se seguiram, como por exemplo, as sobrecargas de trabalho que os professores, em sua grande maioria, têm que enfrentar para garantir um rendimento digno, comprometendo o seu desempenho em sala de aula. Outro assunto bastante discutido foi a falta de habilidade para aplicar teoria a situações práticas, fato muito evidente e questionado no ambiente acadêmico.
O PIBID vem, dessa forma, questionar, debater e tentar solucionar alguns desses problemas para um melhor desempenho na docência.

Os bolsistas acharam o II Seminário PIBID muito enriquecedor por agregar experiências outras à tão jovem caminhada dos mesmos. Além de considerarmos as mesas, por vezes, massivas, levantaram questões muito interessantes, no entanto o evento apresentou muitos aspectos negativos que marcaram os dois dias.

O que nos chamou mais atenção foi a falta de organização. Além de atrasos expressivos e, por conta disso, a maior parte dos bolsistas que se inscreveram teve que apresentar seus projetos rapidamente, alongamentos exaustivos de fala, mudança de salas por conta da superlotação, retardamentos dos finais - nos dois dias -, quase nenhum horário fora cumprido e os títulos das rodas de conversa, muitas vezes, não condiziam com os trabalhos apresentados e com as discussões travadas tal qual descrito na escala nos dada. Consideramos um absurdo e lamentável num evento importante e grandioso como aquele a organização ser tão precária - tanto por parte da comissão responsável, quanto dos professores e dos alunos.

Outro ponto negativo a ser observado foi a falta de comunicação entre os integrantes das mesas e das rodas sobre os assuntos abordados nas demais, pois as apresentações falavam quase sempre sobre as mesmas coisas, quase sempre da mesma forma – à exceção de uns ou outros alunos que trataram do assunto de formas diferentes. Essa falha tornou as discussões muito repetitivas e cansativas. Além desses aspectos, algumas apresentações fugiram ao tema proposto e falaram mais do que o PIBID tem feito nas suas respectivas escolas e sobre as experiências bem sucedidas vividas pelos bolsistas pibidianos ( que foi importante), porém, deixou de se falar das coisas que não deram tão certo, do que se pode fazer para melhorar etc. Houve, também, a dispersão de alguns participantes por conta da carga horária excessiva, já que muitos acordaram cedo ou tiveram que viajar durante horas, ficou visível a exaustão de muitas pessoas.

Há de se pontuar também a falta de união entre os docentes – fato que só veio reafirmar o que os bolsistas já desconfiavam e que eu como professora já conhecia. Enquanto uns se preocupam com o processo de implementação do PIBID, e, por conseguinte, a reformulação do sistema educacional e a função da figura do professor, outros de preocupam quase que exclusivamente com as benesses que o programa lhes pode trazer – o retorno financeiro e/ou a saída de sala de aula para se dedicar ao PIBID, pois alegam que há muito trabalho. E mesmo entre os que se mostram preocupados com a situação vexatória da educação há um fosso entre as ideologias: uns preferem apontar - e só apontar – as falhas do sistema, outros pensam na ação, em como agir e assim o fazem. Pensamos que enquanto houver essa discrepância de ideais, o PIBID vai bater numa barreira invisível e pode jamais alcançar os objetivos almejados.

Apesar de todos esses aspectos negativos abordados anteriormente, dentre as várias atividades realizadas em oficinas nas escolas, o evento contou com o depoimento de alguns alunos bolsistas acerca de seus trabalhos e experiências e houve um que se destacou, a oficina de um bolsista de História da UFBA que, na busca de motivar os alunos pelo conhecimento histórico, elaborou um projeto chamado de “Sambando no São João e fazendo história”, o referido projeto tinha o objetivo de estudar a história do bairro a partir do samba junino, muito comum no bairro de Nordeste de Amaralina anos atrás. Com os depoimentos, podemos perceber a importância do PIBID tanto para os alunos bolsistas quanto para os alunos das escolas que abraçaram o programa, de modo que o PIBID proporciona aos bolsistas, conhecimentos teórico-práticos e incentivo aos alunos e às escolas participantes.

E numa perspectiva mais otimista, o evento pôde reunir bolsistas e instituições em prol de um mesmo ideal, relatos diversos de vivências, o que deu certo, o que falhou, e isso foi muito animador para nós, afinal é sempre bom saber que não estamos sozinhos na batalha.

O espaço físico disponibilizado para o seminário foi muito limpo, arejado e grande. Fomos muito bem recebidos e alocados, o que, evidentemente, nos deixou muito confortáveis.

A troca de experiências, exposição dos resultados alcançados, local de fala dos professores e dos discentes nos deu um ânimo novo e uma sobrevida essencial na esperança que temos de um sistema de ensino reformulado e eficaz. É uma infelicidade que um projeto progressista como o de iniciação à docência não consiga abraçar ainda muitos colégios públicos, pois, em se pensando nas licenciaturas, só é possível formar bons professores colocando os licenciandos dentro da escola.
No mais, o evento foi válido para nosso desenvolvimento, enquanto bolsista Pibid, e também, para nossa formação enquanto atuais e futuros educadores.

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